O Índice do Custo de Vida – ICV – calculado pelo DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – em julho, apresentou variação de 0,44%. Com relação à variação de junho (-0,34%), a diferença foi acentuada, de 0,78 pontos percentuais (pp.).
Os grupos que mais colaboraram com o aumento da inflação foram: Saúde (2,02%), Transporte (0,54%) e Habitação (0,26%), que, juntos, contribuíram com 0,43 pp. no cálculo da inflação de julho. Os demais grupos apresentaram variações pequenas não alterando significativamente o cálculo da taxa deste mês. (Tabela 1 e Gráfico 1).
O grupo Saúde (2,02%) apresentou variações distintas entre seus subgrupos: assistência médica (2,53%) e medicamentos e produtos farmacêuticos (0,01%). Esta alta deve-se a alguns reajustes ocorridos nos seguintes itens: diária hospitalar (9,31%), consultas médicas (2,64%) e seguros e convênios (2,45%).
A alta no Transporte (0,54%) ocorreu unicamente no subgrupo individual (0,79%), uma vez que o coletivo não variou. Observam-se taxas positivas no álcool (5,95%) e no diesel (1,31%), sendo que a gasolina (-0,29%) sofreu pequena retração em seu valor.
Na Habitação (0,26%), as taxas de seus subgrupos foram: locação, impostos e condomínio (0,07%), operação (0,09%) e conservação do domicílio (1,20%); o aumento ocorrido neste último subgrupo deve-se ao reajuste na mão de obra da construção civil, de 1,57%.
As taxas dos subgrupos da Alimentação (-0,02%) foram, de modo geral, pequenas: produtos in natura e semielaborados (-0,43%), produtos da indústria alimentícia (0,26%) e alimentação fora do domicílio (0,36%).
Os produtos in natura e semielaborados, em média, apresentaram deflação em seus valores. A desagregação deste subgrupo revela comportamentos distintos entre seus itens.
Índices por estrato de renda
Além do índice geral, o DIEESE calcula mais três indicadores de inflação, segundo tercis da renda das famílias paulistanas . Em julho, as taxas foram positivas para todos os estratos, sendo crescentes com o poder aquisitivo: estrato 1 (0,18%), estrato 2 (0,31%) e estrato 3 (0,55%). As variações deste mês em relação às de junho apontaram aumentos em todos os estratos, sendo mais acentuadas para o 3º (0,84 pp.), 2º (0,76 pp.) e menor para o 1º (0,48 pp.).
Inflação acumulada
A inflação geral, nos últimos 12 meses, é de 7,14% e cresce à medida que a renda aumenta: estrato 1 (6,77%), estrato 2 (6,98%) e estrato 3 (7,30%). Este ano de 2011 já acumula alta de 3,58%, apresentando comportamento semelhante às taxas anuais, ou seja, crescendo à medida que aumenta o poder aquisitivo: estrato 1 (2,84%), estrato 2 (3,09%) e estrato 3 (3,98%).
Comportamento dos preços em 2011
Dos dez grupos que compõem o ICV, chamam atenção as seguintes taxas: superiores ao índice geral (3,58%) os grupos Transporte (6,71%), Educação e Leitura (5,64%) e Saúde (4,87%); semelhantes à inflação os grupos Despesas Pessoais (4,19%) e Habitação (2,86%); por fim, menores ou negativas foram detectadas na Alimentação (2,06%), Vestuário (1,72%), Recreação (1,38%) e Equipamentos (-1,74%).
Leia aqui o relatório completo do ICV-DIEESE
* No estrato 1 estão incluídas as famílias com renda média de R$ 377,49; o 2 engloba aquelas com rendimento médio de R$ 934,17 e no 3, aquelas que ganham em média R$ 2.792,90 , em valores de junho de 1996.
Fonte: Dieese