Considerando o varejo ampliado, só o comércio de livros, jornais, revistas e papelaria apresentou retração de 0,6%

Com quase duas vezes a média de crescimento do País, o comércio no Ceará alcançou resultado significativo em volume de vendas no segmento varejista e também no varejo ampliado (que inclui as vendas de material de construção e de veículos além da dos demais artigos), entre setembro e outubro últimos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Passando ao largo da crise, respectivamente, o primeiro indicador do setor no Estado foi de 8,2% e o segundo de 5,1%, enquanto os do Brasil ficaram em 4,3% e 1,6%, na série contabilizada com o ajuste sazonal.

A marca obtida pelos lojistas cearenses para os dois indicadores da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) reforçou a variação do Estado no acumulado do ano, que chegou a 9,2% no comércio varejista e a 10% no ampliado.

Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Freitas Cordeiro, "estes resultados são surpreendentes", pois a base de comparação com os atingidos no ano passado era "excepcionais" e nivelavam por cima os indicadores.

"Hoje, nós torcemos que 2012 repita essa performance de 2011", declarou, lembrando que, atualmente, mais de 1.200 lojistas já se cadastraram no Fortaleza Liquida – campanha promocional da CDL e carro chefe do setor cearense para alavancar as vendas em março.

Segmentos

Dentre os nove diferentes segmentos do varejo analisados pelo IBGE, seis foram as altas. Encabeçando a lista estiveram as vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com 42%.

Em seguida, o comércio de móveis e eletrônicos registrou a segunda melhor variação, de 20%, enquanto os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (16,6%), encerrou as variações acima dos 10% no comparativo.

Apesar dos bons resultados gerais, um dos maiores segmentos do varejo cearense marcou uma baixa entre outubro e setembro. As vendas de tecidos, vestuários e calçados teve uma retração de 9,8% entre o nono e o 10º mês deste ano. Para o varejo ampliado, apenas o comércio de livros, jornais, revistas e papelaria apresentou retração de 0,6% e o de veículos, com queda de 2,6%. Materiais de construção civil obtiveram alta de 9,2% na investigação.

Ranking

Dos 29 Estados pesquisados, 24 deles tiveram variação positiva no comércio varejista. Entre eles, o Ceará atingiu a terceira maior marca da PMC para outubro, atrás apenas de Tocantins (15,7%) e Paraíba (10,3%).

Entre os nordestinos, apenas o Maranhão (6,3%) figurou acima da média nacional.

Registrando desempenhos negativos na comparação entre outubro e setembro deste ano estiveram Mato Grosso (-0,9 %), Sergipe (-2,3%) e Acre (-2,5%).

Receita também alta

Já para a receita, as variações do comércio varejista e do ampliado cearenses foram ainda maiores: 11,5% e 6,7%, respectivamente. No Brasil, estes indicadores marcaram um crescimento de 8,9% e 5,9%. "E nós continuamos a trabalhar forte e o ano que vem sinalizando bons resultados, diferentes destas previsões pessimistas que estão aí", provocou o presidente da CDL Fortaleza.

Outra vez ele mencionou o Fortaleza Liquida, quando citou a expectativa de romper o faturamento em 2011, que foi de R$ 179 milhões.

Sem ajuste sazonal

Sem o ajuste sazonal, a PMC ainda destacou a "interrupção de uma sequência de 20 meses de resultados positivos da série da receita nominal", quando não apresentou variação nenhum entre setembro e outubro deste ano – "tanto para o volume de vendas quanto para a receita nominal (0%)".

Fonte: Jornal Diario do Nordeste