O pronunciamento mais contundente na abertura da XXVII Contesc coube ao presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Juarez Domingues Carneiro, primeiro catarinense a comandar o órgão máximo da contabilidade brasileira. Ele lamentou que tenha partido justamente do seu Estado, cuja bandeira carrega em todos os locais que percorre, uma crítica “equivocada” e “distorcida” em relação à adoção das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS), feita por um pequeno grupo de contabilistas. “Li com tristeza nos jornais ’SC lidera movimento contra o IFRS’ e pensei que esse só podia ser o entendimento de uns poucos que ainda não acordaram para as mudanças pelas quais passa a contabilidade e que estão levando a profissão a ser uma das mais demandadas, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo”, afirmou. Na sua avaliação a manifestação é um retrocesso e não condiz com a grandeza de seu Estado.

O presidente do CFC lembrou que o processo de adoção das IFRS foi iniciado em 2000, após várias Nações terem percebido a necessidade de se criar uma linguagem universal, que pudesse ser entendida por investidores, empresários e profissionais de qualquer canto do planeta. “Essa linguagem só poderia ser contábil”, observou Domingues Carneiro.

Conforme ele, essa nova realidade passou a ser assimilada pelo Brasil com a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que reúne o CFC e mais cinco entidades, dentre as quais o Ibracon, Bovespa e Fipecafi. “A partir daí, começaram a ser emitidos os primeiros pronunciamentos contábeis, que definiram o cronograma de implantação das novas normas, inicialmente pelas grandes empresas e, posteriormente, pelas pequenas e médias”, lembrou.

O presidente do CRCSC adiantou que há uma possibilidade real de se flexibilizar a adoção do IFRS entre as pequenas e médias empresas, conforme pedido feito pela Fenacon e pelo presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina, Sergio Faraco. “Essa decisão será, porém, tomada de forma extremamente responsável e de comum acordo com todos os demais membros do CPC”, disse. “O objetivo é contemplar aquele profissional da contabilidade que investiu em sua capacitação, participou dos cursos oferecidos pelo Sistema CFC/CRCs, mas que, por vários motivos, precisa de mais tempo para se adaptar. Não vamos premiar aquele que se recusa a evoluir e a se atualizar. Pois esse, nem dando um prazo de 100 anos.”

O presidente Juarez Domingues Carneiro ressaltou, ainda, que graças ao trabalho que vem sendo desenvolvido pelo CFC e por Conselhos Regionais, como o de Santa Catarina, é que o Brasil hoje é uma referência mundial na área contábil. “O jornal New York Times publicou uma matéria voltada integralmente ao Brasil, abordando as IFRS e a certificação digital”.

Finalizando, ele prestou a sua homenagem ao presidente do CRCSC, Sergio Faraco, de quem partiu o convite, na década de 90, para ingressar no Conselho Regional. “Ao lado do contador Faraco, desenvolvemos ações que tornaram a entidade modelo de gestão e de projetos. Foi esse trabalho que permitiu à Santa Catarina almejar a presidência do Conselho Federal de Contabilidade”.

Fonte: Texto Márcia Quartiero / Assessoria de Comunicação CRCSC