Dirigentes nacionais e cearenses da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e o Sindicato dos Contabilistas do Ceará (Sindcont) estiveram presentes no primeiro Congresso Internacional de Direito Sindical. O evento reuniu entidades sindicais e profissionais do direito entre os dias 10 e 12 de abril. O objetivo do encontro é aprofundar a discussão sobre o sindicalismo brasileiro a partir da atual realidade do trabalho.
Ricardo Patah, presidente da UGT, discutiu dentro do eixo temático “Democracia Sindical e Modelo Organizacional”, a relação das entidades sindicais e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Além de Patah, outros membros da UGT como Francisco Canindé Pegado, secretário geral, Chiquinho Pereira, secretário de organização e políticas sindicais estiveram presentes. Outra presença de destaque no encontro foi Zilmara Alencar, Assessora da Confederação Nacional de Trabalhadores no Comércio (CNTC) e ex-secretária de relações do MTE.
Congresso discute rumos do movimento sindical
Toda a programação foi dividida em quatro eixos temáticos: “Liberdade Sindical”, “Sindicalismo, Estado e Serviço Público”, “Democracia Sindical e Modelo Organizacional” e “Direito De Greve”.
A mesa de discussão sobre o “Direito de Greve” iniciou a tarde do último dia do evento e abordou dois temas: “Relação da Imprensa com o Movimento Sindical” e “Práticas Antissindicais”. Com a mediação de Valdir Alves Pereira (Assessor Político da Central Sindical e Popular – CSP-Conlutas) teve como convidados Plínio Bortolotti, diretor institucional do grupo O Povo, e Ricardo José Macedo de Britto Pereira, Procurador do Trabalho.
Plínio Bortolotti negou a ideia de “frágil”, muitas vezes ligada aos meios de comunicação alternativos. Com números, o jornalista explicou que as entidades sindicais possuem grande potencial comunicativo. Mas, devem prezar pela qualidade e ampliação de seu público. “Os sindicatos devem falar para mais gente, devem dialogar com a sociedade”, afirmou.
O tema da relação entre comunicação e entidades sindicais possibilitou que o Procurador Ricardo José Macedo, ampliasse o panorama das práticas antissindicais no Brasil. Em sua apresentação, o Procurador destacou casos de destaque nacional em que o direito de greve foi negado. “É dever do estado retirar os obstáculos ao direito de greve.O empregador não pode interferir em uma ação que deve ser direito fundamental de uma categoria”, destacou o Procurador que já fez parte do movimento sindical na década de 1980.
Em comum à fala dos convidados, foi perceptível a necessidade das entidades sindicais em buscar parcerias e o melhor diálogo. “Um sindicato deve se articular internacionalmente e nacionalmente, assim como conversar com as minorias”, avaliou o Procurador do Trabalho.